quarta-feira, novembro 08, 2006

Depois de uma longa pausa, para restabelecimento, eis que volto a olhar para o que está lá fora, depois das euforias do mundial, do caso Mateus e da anestesia das ferias.

Portugal, de facto está a inovar, acaba com a tão conhecida crise por decreto, anda em contenção, mas 10 páginas na Fortune a proclamar que este pais é a nova Índia das possibilidades a exaltar ao investimento directo estrangeiro (…) de facto confunde qualquer um. Gostava de ver algum ilustre fazer um estudo com parecer positivo, sobre o retorno de investimento de tais iniciativas.

Continuamos é a não ter a palavra produtividade no vocabulário, a nada fazer para inverter a tendência negativa da taxa de desemprego, mas sempre a proclamar direitos. Continuamos a nada exigir sem ser da Administração Central ou do Governo, mas nada exigimos de nós. Continuamos a gostar de ser, mas nunca ser, gostamos de parecer, mas nada fazer para de facto o ser. Continuamos pequenino nas ideias, temos medo de aceitar desafios, porque parece que estamos anestesiados enquanto o cartão de crédito não padecer. Continuamos a deixar que um país pare por futebol, mas não deixamos que ele ande porque estamos demasiado cómodos no sofá e o que se passa lá fora não é connosco. Continuamos a não querer ir mais além sem ser debaixo das saias do Estado, que já não tem sustento para tanta boca faminta.

Em Portugal existem direitos e a única figura que tem deveres é o Estado. Mas será que este modelo de Estado tem viabilidade?! A resposta já é conhecida, não. Mas ninguém parece querer aceitar a proposta de uma maior responsabilidade para si próprio, onde se premeia o mérito (coisa que ninguém gosta muito de ouvir), onde se fazem escolhas reais e não andar para aí a reclamar porque fazem escolhas por nós e amuamos quando não nos são favoráveis.

Mas se todo o individuo, único e singular, que é dotado de vontade e personalidade própria aceitar as ideias: dever, responsabilidade, liberdade e mérito, acredito em Portugal, porque antes de tudo Portugal é o que nos fizermos dele.