quarta-feira, janeiro 21, 2009

Jovem de 27 anos escreve discursos de Obama

Jon Favreau, um jovem rapaz de 27 anos, é actualmente uma das figuras mais populares entres os jovens americanos, devido ao facto de ser o escritor dos discursos de Obama. Sem dúvida, que é uma excelente oportunidade para ele em termos profissionais e também ao nível da sua formação humana e social.

Este tipo de situações nos EUA são bem mais comuns do que aparentemente se julga. Existe, de facto, uma grande aproximação entre as universidades com a política e as grandes empresas. Muitos jovens que se distinguem nas universidades, têm possibilidades de desempenhar funções políticas de grande relevância e destaque, apesar de financeiramente não serem recompensados da mesma forma que as pessoas que já atingiram um determinado estatudo político. Em Portugal, este cenário é completamento oposto. A política encontra-se fechada sobre si mesma, existindo um grande distanciamento entre a classe política e as universidades. Curioso de verificar é que grande parte dos nossos políticos possuem paralelamente uma carreira universitária, mas não têm preocupações em cativar esses jovens estudantes para a política. Aposta-se muito mais em contratar serviços profissionais pagos a peso de ouro junto de grandes empresas de consultoria de marketing e publicidade, que aparentemente lhes dão melhores garantias com um menor esforço. Contudo, o que de facto se verifica é que estas pessoas estão longe de conhecerem os problemas sociais do nosso país e as preocupações que os jovens manifestam.

Seria muito positivo para a política portuguesa que os políticos tomassem consciência desta situação, e que a postura de Obama perante a política e a sua visão do papel dos jovens na política fosse também seguida pelas nossas forças políticas. Só assim conseguiremos valorizar o exercício da política em Portugal e cativar a participação dos jovens para o seu exercício, nas mais diversas dimensões que a política possui.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Dispensa das autárquias de concursos públicos

A recente proposta do Governo de dispensar as autarquias de concursos públicos para obras até 5 milhões de euros merece a minha reprovação. Numa altura em que se torna impiedoso gerir correctamente o dinheiro público, esta medida aparece em sentido contrário, e porventura irá fazer com que as autarquias aumentem o seu endividamento. O Estado deve salvaguardar o interesse público na aplicação das despesas públicas, e a única forma de o fazer é com base nos mecanismos que permitem a concorrência entre as empresas. Para além disso, esta medida poderá ter um efeito perverso ao favorecer o tráfico de influências a nível do poder local em algumas autarquias do país e colocará em causa os esforços de transparência financeira realizados pelos vários Governos nos últimos anos.

Como medida alternativa, o que seria verdadeiramente importante, era que o Estado diminuísse a burocracia associada aos concursos públicos, nomeadamente em termos de divulgação destes concursos, diminuição dos prazos de candidatura, decréscimo da documentação necessária para a sua candidatura e revisão dos prazos de adjudicação de novos projectos.