quarta-feira, maio 20, 2009

Educação sexual nas escolas

A questão da educação sexual nas escolas é já um tema recorrente e fortemente solicitado pelos estudantes. Na minha opinião, julgo que a introdução deste tema nos alunos do 2º e 3º ciclos é de grande importância para um a correcta vivência da sexualidade de uma forma responsável e com vista a evitar certos comportamentos sexuais de risco que podem levar a contrair doenças infecciosas ou gravidezes indesejadas. Contudo, não sou apologista de um sistema misto e dúbio, no qual todas as disciplinas e professores sejam responsáveis por abordar este tema. Isto só iria aumentar a confusão junto dos jovens e trazer maior instabilidade ao sistema de ensino, pois a grande maioria dos professores não têm vocação nem competências técnicas e humanas para abordarem convenientemente este tema. Também, não sou defensor da criação de uma disciplina autónoma para abordar este tema, porque julgo que não se deve sobrecarregar a componente lectiva dos alunos e defendo que existem uma grande panóplia de assuntos do interesse dos jovens que devem ser debatidos, sem que seja necessário criar-se uma disciplina individual para cada um destes temas. Para além disso, julgo que a sociedade civil em geral deve ter uma presença mais activa e participativa junto das escolas.

Assim sendo, defendo um modelo que consiste na criação de um workshop semanal de carácter obrigatório, ministrado por uma pessoa externa à comunidade escolar (salvo algumas excepções), no qual possam ser abordados vários temas como a educação sexual, o empreendedorismo, o consumo de drogas, a importância da ciência, etc. Assim, cada uma destas sessões semanais teria o seu próprio tema e seria ministrado por um indivíduo de reconhecido mérito em cada uma das áreas abordadas. Julgo que este modelo seria do interesse dos jovens, das escolas e da sociedade civil.

quinta-feira, maio 07, 2009

Programa "Vasco da Gama"

No último fim-de-semana, Paulo Rangel anunciou um novo programa para gerar emprego na União Europeia entre os jovens qualificados denominado por "Vasco da Gama". Segundo ele, esta seria uma das primeiras iniciativas que iria levar ao Parlamento Europeu. Em primeiro lugar, existe uma notória infelicidade na escolha do nome, pois a designação "Vasco da Gama" já se encontra atribuída a outro programa lançado pelo AICEP, mas que ainda não entrou em actividade, pois encontra-se à espera da libertação de fundos por parte da UE. Em segundo lugar, pareceu-me existir uma clara falta de preparação prévia aquando do anúncio deste programa por parte do Drº Paulo Rangel. Faltou claramente a concretização de muitos pontos chave deste programa.

Em traços gerais aproveito para afirmar que todas as ideias que pretendam fomentar o emprego entre os jovens qualificados devem ser valorizadas. Na sua essência, a ideia do Drº Paulo Rangel é positiva e vai de encontro ao que já acontece com o programa Erasmus. Contudo, já existem programas de estágio internacionais, mas que não têm funcionado bem na minha opinião. Em primeiro lugar o programa INOV Jovem tem uma dimensão extremamente reduzida, quando comparado com o Erasmus. O seu processo de selecção é extremamente centralizado e demasiado burocrático, tornando necessário a deslocação dos candidatos a Lisboa. Para além disso, o programa não tem sido convenientemente divulgado junto das universidades e não existe uma articulação com os estágios curriculares.

Desta forma, uma eventual proposta de reformulação do programa INOV Jovem ou de criação de um novo programa de estágios internacionais deve ter em conta os seguintes aspectos:

1. Descentralização do processo de recrutamento, deixando esta missão para as universidades, tal como já acontece no programa Erasmus. Para além disso, seria desejável que estes estágios contemplassem também estágios curriculares;

2. Aumento da dimensão do programa. Até agora, e segundo dados do sítio web da AICEP, o INOV Jovem envolveu cerca de 550 jovens nos primeiros três anos. É de facto um número muito reduzido face ao crescente número de licenciados;

3. Revisão da duração dos estágios. Até agora os estágios têm uma duração prevista de 12 meses. Seria mais interessante a existência de dois tipos de estágios com diferentes durações. O primeiro que contemple estágios curriculares com a duração de 6 a 9 meses. O segundo deveria contemplar uma duração aproximada de 18 a 24 meses. Defendo que deve haver um aumento da duração desse estágio, pois o período de formação de 12 meses é bastante limitado, perante as actuais necessidades de experiência profissional exigidas pelo mercado internacional.