segunda-feira, agosto 31, 2009

Programa de governo do PSD

O recente programa de governo apresentado pela Dr.ª Manuela Ferreira Leite é bastante positivo e vem propor um conjunto de medidas importantes para o desenvolvimento de Portugal. Em primeiro lugar, merece-me destaque o facto de se apostar num programa de governo curto e exequível. De facto, até ao momento, os programas de governo caracterizavam-se pela sua extensão, dificuldade de leitura e compreensão, e grande complexidade no acompanhamento da sua execução. Felizmente, este programa de PSD não teve medo de combater este dogma. Em segundo lugar, a grande maioria das propostas merecem a minha aprovação e gostaria de salientar algumas das mais emblemáticas como o pagamento das dívidas às empresas, a criação de uma conta corrente entre o Estado e as empresas, a alteração do regime de pagamento e reembolso do IVA e a redução da Taxa Social Única.

Contudo, e no meu entender, ficaram algumas medidas por apresentar e que também deveriam merecer um particular destaque. Entre elas, e apesar da justiça ser uma das áreas prioritárias, não existe qualquer plano de revisão das penas. Não defendo que o actual regime penal esteja sempre a ser revisto, mas existe uma clara lacuna ao nível da lei e na sua aplicação para situações de re-incidência no crime e acompanhamento da inclusão de ex-reclusos. Sem se alterar estes dois pontos, os portugueses muito dificilmente terão condições para se sentirem mais seguros e de confiarem na justiça.

Para além disso, existem outras duas medidas que seriam bem recebidas. Uma das quais passa pela diminuição dos cargos de confiança política na Administração Pública. Não se pode continuar a assistir a uma constante alteração dos quadros da Administração Pública pós-eleitoral, sem que critérios como competência, seriedade e capacidade técnica e de gestão sejam tidos em conta. Por fim, também não foram apresentadas medidas suficientes para a integração dos jovens licenciados no mercado de trabalho. Portugal é constantemente caracterizado como um país de mão-de-obra não qualificada, mas os nosso jovens licenciados têm imensas dificuldades em encontrar trabalho e muitos deles têm que optar pela emigração para outros países. Curiosamente, são nestes países cuja mão-de-obra é mais qualificada, que as suas competências são mais valorizadas.

sábado, agosto 29, 2009

Regresso

Antes de mais, tenho que agradecer ao Fernando por manter o blog activo. Obrigada Fernando, por não deixares de partilhar as tuas ideias.

Muito se passou (ou mais do mesmo) desde o meu último post.

Noto apenas o quanto andamos todos agnosticos em relação à política, a Portugal. Mas sei que as mudanças internas em partidos são complicadas. Pouco irá contar o mérito que podemos ter, mas uma serie de coisas pouco interessantes.

Durante este tempo de ausência da "blogsferia" fiz questão de fazer outras coisas, sei que fazer qualquer coisa com sentido de responsabilidade não me trouxe grandes manifestos de apoio. Apenas o tempo, que parece ser o melhor juiz.

Assusta-me que mais de 20% da população vote na extrema esquerda, pois na extrema direita nem consegue eleger um deputado. Assusta-me a forma como as listas são feitas em qualquer partido. Mas sei, que como eu, durante um certo tempo, deixamos de acreditar, mas temos de acreditar noutra coisa. Não nas pessoas que ligam a politicos que mais nada sabem fazer. Mas em nós.. de dizer "hei! eu tenho esta ideia e faço!" e dizer tantas, mas tantas vezes que um dia essas pessoas com mérito irão ter mais votos do que aquele que é bem parecido, é irmão não sei de quem e fala bem, mas não diz nada.

Contudo eu faço a minha parte (muitas vezes mais do que devia, mas não me arrependo), mas deixo o desafio... Não votem em branco nos partidos, digam que não concordam e ousem desafiar os mesmo de sempre. Podem perder, mas também podem ganhar...

Mais vale a pena perder com orgulho, que vencer sem vergonha...

sexta-feira, agosto 07, 2009

Listas do PSD à Assembleia da República

A lista do PSD à Assembleia da República não me parece ser abrangente e ir de encontro às necessidades do país. Na altura das eleições internas no PSD, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite definiu como elementos fundamentais a renovação dos dirigentes políticos e a abertura do PSD à sociedade civil. Com a definição desta lista perdeu-se uma excelente oportunidade de se caminhar neste sentido. O Dr.º Aguiar Branco enumerou os vectores essenciais para a definição dessa lista que incluem: a opinião das distritais, opinião do grupo parlamentar e a opinião da Comissão Política Nacional. Pois bem, estes critérios parecem-me ser manifestamente incompletos e não incluem critérios como seriedade, iniciativa, capacidade de trabalho e competência.

Seria desejável trazer para a política activa um maior número de jovens e de cidadãos com experiência de trabalho no sector privado e na administração pública. Incluir apenas na lista de deputados à Assembleia da República, um conjunto de personalidades que já tiveram responsabilidades similares no passado, não irá trazer um novo alento para a sociedade nem efectuarão a renovação necessária que o PSD tanto precisa. Seria desejável, que as listas incluíssem um misto de pessoas com grande experiência de trabalho e também jovens altamente qualificados e dinâmicos que permitissem renovar a classe política portuguesa. Ficou-se portanto com mais uma renovação adiada da classe política portuguesa.

Contudo, e tal como disse o Dr.º Marco António Costa, nesta altura todos os militantes do PSD devem unir esforços para apoiar a candidatura da líder do partido. É neste sentido que todos devemos trabalhar, e a definição das listas não pode ser um motivo de divisão dentro do partido. O país só tem a a ganhar com a união de todo o PSD.