sexta-feira, dezembro 31, 2010

O novo ano político de 2011

Este novo ano de 2011 traz consigo imensos desafios a nível político e social. É consenso geral que este novo ano será particularmente difícil para os portugueses, particularmente para aqueles que se encontram numa situação social mais vulnerável.

Cheguei a prever no final do ano de 2010 que muito provavelmente o país não iria escapar a um cenário de eleições antecipadas no decurso de 2011. Apesar desta possibilidade ainda estar na ordem do dia, julgo que ela tem esmorecido um pouco nos últimos tempos. Um dos grandes objectivos para este novo ano é garantir que Portugal consiga equilibrar as suas contas públicas e, desta forma, evitar a entrado do FMI em Portugal. Acredito que a actual direcção do PSD pensa da mesma maneira, daí que tudo irá fazer para garantir condições de governabilidade ao actual Governo. De facto, um eventual cenário de eleições antecipadas poderia conduzir a um cenário de ingovernabilidade, já que as actuais sondagens indicam que o PSD não conseguiria obter a maioria absoluta, mesmo que em coligação com o CDS-PP. Contudo, mesmo que esta maioria existisse na Assembleia da República o PSD seria obrigado a tomar medidas ainda mais duras para controlo do défice, mesmo que o FMI não entrasse em Portugal. O actual sistema de despesismo público e volume da dívida portuguesa a médio e longo prazo não consegue ser controlado e mitigado num espaço de poucos meses, recaindo na classe média esse esforço adicional.

De facto, este cenário não se torna atractivo para o PSD. O PSD deve ter a obrigação moral e a vontade política para conduzir os destinos do país nos próximos tempos, mas não pode ser ele o único a pagar a factura pelo actual desgoverno das contas públicas. Cabe ao PSD gerir esta situação de equilíbrio complicado, que por um lado exige crescimento do país e da sua actividade económica, e que por outro lado exige um maior rigor e decréscimo de investimento por parte do Estado.