
Para além deste ponto, gostaria de mencionar outra situação que me parece ser da maior importância e acerca da qual os políticos se devem pronunciar. O laboratório médico que produz o Avastin é o mesmo que produz o medicamento alternativo que deve ser usado no caso de problemas oftalmológicos. De facto, o Avastin, e segundo o laboratório da Roche, só deveria ser usado no tratamento de doença oncológicas. Contudo, motivado pelo seu baixo custo, o Avastin é usado indiferenciadamente em ambas as situações. Do meu ponto de vista, a União Europeia deveria legislar sobre esta situação, e evitar situações em que os laboratórios possam ter um lucro exagerado pela simples falta de alternativas de tratamento no mercado. As despesas com a saúde do actual governo português é a principal despesa do Estado e a sua gestão deve ser cuidada e articulada com os restantes países da UE. Isoladamente, Portugal não tem condições para definir uma política do medicamento junto dos laboratórios internacionais, mas a UE, no seu conjunto, poderá definir uma política do medicamento que faça diminuir os custos dos vários Estados membros na aquisição de medicamentos, que garante o bem estar e os cuidados dos utentes dos serviços de saúde, e que simultaneamente permita aos laboratórios continuar a sua pesquisa na obtenção de novos elementos químicos para o tratamento das actuais e novas doenças que possam surgir.