Muito se diz do estado da política, mas os problemas não começam no foro nacional, mas nos microcosmos chamados freguesias. Depois de quatro sessões ordinárias de uma assembleia, mais uma extraordinária que se seguirá (pois a eficiência perde com a doença da afirmação politica ou pessoal), pouco se debateu sobre pontos que constavam na ordem do dia (dos quais constavam documentos importantes como o plano de actividades e o respectivo orçamento para o corrente ano), muito se ouviu de retórica e pura demagogia sobre matérias e competências que saem do foro da ordem de trabalhos. Em nome da denominada liberdade de opinião as ofensas parecem legítimas, em nome do pluralismo ouvem-se intervenções em que nada incidem sobre a matéria do debate e tudo incidem sobre um populismo efervescente.
Entre protestos socialistas, na lógica, que se ainda existe capital disponível é para se gastar e “interpretações” da Lei das Autarquias Locais e do Regimento da Assembleia no mínimo surpreendentes (onde se lê “os deputados tem o máximo de 10 minutos” relativo ao tempo das intervenções, compreendem que se são 7, dá então 70 minutos) seguido de moções de protesto, membros do publico que vão no espaço que lhes é concedido fazer acusações graves aos deputados da Assembleia, como que estes só vão lá “levantar o braço” para receber as senhas de presença e um Bloco de Esquerda que intervêm mais de meia hora, em tom eleitoralista, sempre demagogo para nada de útil acrescentar ao debate.
Entristece-me pois são estas mesmas pessoas que tanto se queixam do estado da politica, o que se passa nesta assembleia, passa-se em outras tantas, o essencial é trocado por assuntos paralelos e que deviam ser estranhos às assembleias e, a juventude ou leva respostas “ah e tal porque és jovem” ou é mencionada num tom abstracto porque é politicamente correcto e bonito falar-se nela. Estas mesmas pessoas depois vão para casa e pensam que são gente importante na sua rua, mas nada de importante acrescentaram à rua e as pessoas que lá vivem.
Por existirem pessoas que me dizem “ah e tal porque és jovem”, por acreditar que é pela meritocracia que se constroem soluções efectivas melhores, por assumir que tanto nas pequenas e grandes coisas de devem assumir os desafios com igual responsabilidade, orgulho-me de ser a juventude que não gostam, a juventude que aspira ser a melhor, não só melhor!
A política não está mal, talvez seja o vício da mesquinhez e da afirmação pessoal destes “políticos”. As assembleias não são um teatro nem muito menos um circo. Mas um grande lavandaria que não é eficiente e que se paga caro.
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