segunda-feira, junho 20, 2011

Novo governo


O anúncio do novo governo da coligação PSD/CDS-PP foi uma lufada de ar fresco e devolva esperanças bem positivas no surgimento de um novo governo mais competente e com capacidade para fazer frente aos inúmeros desafios que se colocam. A renovação política que se assistiu é muito positiva e permitirá construir uma classe política tecnicamente mais preparada. O Dr. Pedro Passos Coelho cumprir com o estipulado, nomeadamente ao nível da abertura da política à sociedade civil e também na construção de um governo mais pequeno e menos dispendioso. Claro que o reverso da medalha passa pelo excesso de áreas de intervenção de cada um dos ministros, mas esta situação poderá ser compensada com os secretários de Estado e com um maior empenho e articulação de todos os envolvidos.


Sem querer individualizar uma análise mais pormenorizada pelas pastas da governação, julgo que há dois ministros que se destacam. Em 1º lugar o ministro da Economia que revela profundos conhecimentos pela área económica e experiência académica nos EUA e Canadá. Acredito que venha para esta super pasta com um espírito extremamente reformador, mas que poderá sentir alguns problemas na gestão desta pasta junto dos vários agentes económicos. Certamente que terá que enfrentar algumas forças de bloqueio pré-estabelecidas e, portanto, terá que ter uma elevada resistência a pressões e capacidade para lidar com situações menos desejáveis. Neste sentido, a sua capacidade de resistência será colocada à prova. Espero que todas estas condicionantes não o façam abandonar o Governo, pois financeiramente e em termos de progressão na carreira ser-lhe-ia mais fácil ter optado por manter a sua vida académica. Outro ministro que merece um especial destaque é o Dr. Paulo Macedo, que certamente terá uma muito maior capacidade de resistência e de encarar obstáculos. A sua reforma do fisco prova isto mesmo. Contudo, a pasta da saúde deverá lançar-lhe também novos desafios, sendo o principal a articulação de uma visão da gestão empresarial da saúde (que tem existir, pois os recursos são limitadas) com uma forte consciência social. Se conseguir aliar estas duas capacidades (que não são totalmente antagónicas) poderemos ter um excelente ministro.

Por último, aproveito para discordar do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, quando afirmou que o aspecto mais negativo deste governo é o Dr. Miguel Relvas nos assuntos parlamentares. Acredito que esta pasta poderá ser um importante ponto de união da coligação partidária, e o Dr. Miguel Relvas tem capacidades inatas para desempenhar um excelente lugar. Corroboro também que o PSD fica a perder com a presença do Dr. Miguel Relvas no Governo, pois a sua dedicação ao partido terá que ser necessariamente inferior, mas por seu lado o País fica a ganhar. Neste sentido, e como sempre afirmou o PPC, acima do partido encontra-se sempre Portugal.

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